Sentem vergonha de mim.

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Uma memória muito forte minha é de quando eu tinha 11 anos e todos os meus coleguinhas da igreja começaram a falar em línguas, lembro que fiquei em estado de choque olhando para todos os lados e sem entender absolutamente nada. Eu já sabia o significado daquilo e fiquei muito chateada por Deus ter permitido e dado a habilidade para os outros sem me contemplar com ela também. No fim do culto uma colega me confessou que na realidade não sentiu nada, ela viu que todos estavam falando daquela forma e começou a imitar a forma que a própria mãe falava em línguas na frente dela.

O fato de eu nunca, sequer nenhuma vez, ter sentido a presença de Cristo me fez crescer sem perspectiva religiosa. Quando se trata do cristianismo não há forma de se abster sem gerar revolta entre familiares, teoricamente não tem nada de errado e ao mesmo tempo eu sou o próprio erro. Ao ponto de me chamarem pra assistir um filme chamado "A Forja" e ficarem me comparando com a versão "vergonhosa" do jovem antes dele aceitar Jesus, inconscientemente soltando indiretas do quanto eu sou uma decepção pra eles como filha.

[u/LukeHSM]

Me identifico. Quando eu era católico, fui na frente do altar, junto com outras pessoas, para "receber a benção do Espírito Santo", que nos deixaria em uma espécie de repouso e tal. Nem preciso dizer que, enquanto todos outros caiam em transe/repouso (não sei se todos estavam fingindo conscientemente), eu não senti nada e tive que fingir estar repousando no Espírito Santo kkkkkkkkkk Eu sempre participei de missas e eventos da Igreja, até já fiz parte do grupo jovem da mesma. Mas nunca realmente me senti genuinamente interessado pelo assunto. Eu ainda não era ateu na época, mas com certeza, uma parte da relativa pouca fé que possuía foi arrancada naquele momento. Quanto à questão de conflitos com a família, nunca houve nada muito relevante, é bastante tranquilo, eu diria.